quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Quinta dos Zagalos 2010 e Quinta do Mouro 2009

O cansaço dos últimos dias estava a apoderar-se de mim, a necessidade da degustação de um bom vinho fazia-se sentir. E que vinho aí vem...

Tinha para provar dois vinhos, Quinta dos Zagalos 2010 e Quinta do Mouro 2009, o jantar era uma carne de porco à alentejana bem condimentada, o que ia sempre pedir um vinho à altura, que não se perdesse nestes sabores.

Começamos com um Quinta dos Zagalos 2010, com uma cor opaca, escura. No nariz, primeiro saltam as especiarias e terra molhada, mais tarde a fruta aparece, na boca demonstra uma boa estrutura, aromático e com uma frescura notável. Na mesa estavam todos maravilhados com o vinho, uma surpresa muito positiva. Eis senão quando...

Passámos ao segundo vinho (Quinta do Mouro 2009), praticamente uma estreia. Arrisquei ao dizer (antes de servir) que o néctar que ia ser servido ia elevar ainda mais o nível, algo que os participantes afirmaram que seria difícil, vamos ver o que aconteceu...
De copos em punho, a garrafa ia vertendo o liquido divinal, em silencio admirávamos este ritual, quase como se fosse sagrado. A cor carregada e densa preparava-nos para o que aí vinha, um aroma cheio de frescura e de mistério, na boca uma harmonia ímpar onde as palavras são poucas para colocar e por escrito as sensações que me proporcionou. Um vinho que tem tudo o que podemos desejar: estrutura, densidade, frescura e um final de boca interminável. Mas que vinho... 

Com uma companhia destas à mesa que sofreu foi a carne de porco à alentejana, tivemos de a comer toda...


nota: para quem liga, teve 95 pontos por Robert Parker.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Quinta Vale da Raposa Sousão 2011

No outro dia estava a degustar um delicioso cabrito com um bom vinho, na mesa a opinião era que esse vinho era de ótima qualidade (o que também concordo) e que estava muito bem com o prato, nesse ponto discordei, dizia aos restantes que gostava do vinho, mas que se perdia com o sabor e a gordura do cabrito.

Quando essa garrafa acabou, tinha preparado uma garrafa de Quinta Vale da Raposa Sousão 2011, abri, servi... e logo na 1ª aparência surpreendeu pela cor carregada e brilhante (não seria de esperar outra coisa, desta casta tintoreira, usada no alto Minho para o famoso vinhão, bebido em malgas), o aroma era intenso, no inicio algum químico, depois a hortelã-pimenta, a elegância e a frescura. Agora o surpreendente: já com uma boa dose desta iguaria degustada, provei o vinho e magia aconteceu: o cabrito passou a um patamar onde ainda não tinha chegado antes, o casamento deste vinho com este prato foi divinal, foram feitos um para o outro, cada um fazia sobressair o melhor do outro. A desvantagem é que tivemos de acabar a travessa (que era bastante), é que não era possível parar de juntar esta harmonia. Um vinho muito gastronómico, arrebatador, com um final longo e fresco.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Quinta da Folgosa Velha Reserva 2012

Resultado de imagem para folgosa velhaProvei uma novidade, quase em 1ª mão, que vale apena repetir e com toda a certeza comprar, para beber desde já e também para guardar e ver como será a evolução nos próximos anos... por este preço vale muito apena.

Proveniente de vinhas velhas, situadas entre 150 a 300 metros, com vinificação tradicional em lagares de granito e estágio em barricas de carvalho francês, nasce este vinho cheio de elegância, marcado por uma acidez cativante.

Cor bem marcada pela densidade, com lágrima persistente e apelativa, no aroma as especiarias são marcantes, antevendo um sabor fresco e gastronómico. Na boca mostra um caráter harmonioso, com grande frescura e mineralidade, no entanto a fruta está presente. Este nectar conquistou-me e  deixou-me com curiosidade de experimentar mais.  

Um vinho para ir bebendo e acompanhando a sua evolução.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Casta Baga

O mundo do vinho, como tenho sempre defendido, é imenso e cheio de mistérios, onde quem entra vai percebendo que pouco sabe desta imensidão.

Venho tentar ajudar, dentro de todas as limitações que tenho.

Relativamente às castas tintas, é importante definir o nosso estilo, se gostamos de tintos firmes e robustos ou se por outro lado privilegiamos a elegância e os vinhos frutados.

Exemplos de castas tintas firmes es robustas são:

·         Touriga Nacional – aromáticos, herbáceos, encorpados
·         Castelão – Frutados com arma de framboesa, notas de cedro com a idade
·         Touriga Franca – densos, perfumados, com taninos aveludados
·         Baga – tintos intensos, firmes e com longevidade

Exemplos de tintos mais elegantes e frutados:

·         Tinta Roriz ou Aragonez – atraente, frutos vermelhos
·         Trincadeira – Cor viva, aromas a framboesa


Escolhi a Baga para apresentar hoje, uma casta amada ou odiada. Uma casta típica da Bairrada e de vinhos de guarda. Cada vez me conquista mais.

Baga:

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Esta casta de amadurecimento tardio dá frequentemente origem a tintos magros e tânicos que podem ser adstringentes quando jovens, mas que ganham complexidade com a idade. Em anos mais quentes ou devido a um hábil processo de amadurecimento e vinificação, a casta Baga pode produzir vinhos tintos densos com notas de cerejas damascos, e que com o envelhecimento ganham sabores mais complexos e fumados. A sua área mais importante é a Bairrada, mas também cresce em outros lugares das Beiras, incluindo o Dão. É também utilizado como base para vinho espumante.” Fonte: Vinhos de Portugal.





terça-feira, 15 de setembro de 2015

Que saudades de um bom vinho!

Ando em mudanças e por essa razão não tenho tido tempo para assentar e sentir o prazer de um jantar com calma acompanhado do um bom vinho. Há dias, como hoje, que sonho com esse momento. Tenho guardado um Poeira 2008 para quando a “poeira” assentar. Mal posso esperar...

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Quinta do Noval 2009

Estava num dia em que precisava de beber um vinho superior, daqueles inesquecíveis. Escolhi um Quinta do Noval 2009. Como ia jantar fora tinha de o levar comigo, hoje em dia, já encontramos restaurantes que aderem, com simpatia, a que o cliente leve a sua garrafa (BYOB), aqui o cliente paga apenas a taxa de rolha.

Sabia que a Sociedade, na Parede, aceitava que se levasse a garrafa, depois de avisar antecipadamente na marcação, confirmei que tudo estaria em condições. Este restaurante está nos meus preferidos de momento, simpatia, belíssima comida, bom ambiente e também bons vinhos (neste dia tinha de ser o outro).

Começamos com um queijo fresco regado com um excelente azeite e um bom pão alentejano com manteiga de cabra, aí fiz-me acompanhar com uma cerveja. De seguida passamos para uma entrada de bacalhau deliciosa, aí o vinho já estava servido. A cor bem marcada, sem qualquer rasto de evolução, muito atraente mostrava que o vinho se ia revelar cheio de estrutura. No nariz não enganava, tão completo onde a fruta casava com a mineralidade de forma ímpar, era viciante cheirar o vinho. O sabor, onde tudo se conjuga com grande equilíbrio. Perfeição, um sabor personalizado, taninos bem presentes que lhe dão longevidade de prova, um vinho que nos enche as medidas e que faz com que os nossos sentidos chamem por mais. Continuamos com uns ovos com espargos verdes deliciosos acompanhados por este néctar que vai evoluindo com a comida e com o tempo. Neste restaurante onde nos estávamos a sentir tão bem, comíamos maravilhosamente e bebíamos divinalmente, as conversas iam fluindo bem acompanhadas por esta harmonia, passámos ao prato principal (estava a precisar de carne), um bife glorioso que casava com o vinho, onde este ia mostrando a sua forte estrutura que sobressaía sobre o molho forte do bife tornando esta refeição perfeita. Para a sobremesa, já não precisava de nada, até ver na lista uns rebuçados de ovos de Portalegre, não resisti, eram divinais.

Mantivemo-nos no restaurante, a aproveitar todos os segundos, acompanhados pelo pouco que restava da garrafa, até ao trago final.


Que bem que soube este jantar... recomendo este restaurante e com certeza este vinho. 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Época de Verão

O verão está aí e com ele uma nova época de vinhos. Os brancos frescos aparecem com mais frequência, também aqueles brancos mais frutados a que chamo de “piscina”, que não suportamos nos meses mais frescos, já são admissíveis nesta altura, os verdes aparecem cheios de personalidade, com os rosés que vamos bebendo para variar. Quanto aos tintos, preferimos aqueles mais frescos e leves em detrimento de alguns mais complexos e exuberantes.
 
Vou começar a 1ª semana de férias amanhã e com a premissa acima já preparei as minhas caixas de viagem com vinho para a ocasião.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Momentos Imperdíveis


Nos últimos tempos tenho bebido alguns vinhos, alguns que me surpreenderam, outros que confirmaram a sua qualidade, felizmente poucas decepções.

Mas hoje venho dar aqui os parabéns a um programa que tenho visto assiduamente, considero muito bem feito e com elevado interesse, é ele “Momentos Imperdíveis" no Porto Canal. Fala-nos muitas vezes de um produtor com uma visita e provas, eventos vínicos, lançamentos de novidades, entre outros assuntos curiosos. O programa é pequeno q.b. não correndo o risco de se tornar maçador. A meu ver uma aposta ganha. Recomendo.

 


 

quarta-feira, 25 de março de 2015

Maragato

Adoro quando recebo uma garrafa e olho apreensivo para uma novidade e penso com curiosidade e receio ao mesmo tempo no vinho que lá estará dentro...abro já? espero? Não conheço... Abro e adoro, adoro o vinho e adoro estas surpresas!

Uma grande estreia este Maragato. Projecto do enólogo Bruno Rocha que nos apresenta este surpreendente néctar.
Um vinho que foge ao convencional e prima pela diferença para o que estamos habituados. Com uma cor escura que demonstra uma densidade assinalável, deixou-me com expectativa para o aroma. Um aroma que lembra um bosque em dia de outono. Um sabor denso mas fresco com um final de baunilha tostado que lhe confere um final longo e diferente.


terça-feira, 17 de março de 2015

O que vou beber hoje?

Há dias em que ficamos a pensar “apetece-me mesmo beber um bom vinho” mas por vezes não é hora, local ou circunstância apropriada, essa vontade vai crescendo ao longo do dia, começamos a pensar no que vamos jantar e que vinho escolher para nos satisfazer esse desejo.
Nestes dias tem mesmo de ser um vinho à altura para não ficar aquém das expectativas. Quando o escolhido corresponde ao esperado o prazer é exponencial, nestes dias o vinho sabe ainda melhor. 

Quantas vezes lhe aconteceu? Lembro-me de várias.

Só uma bebida tão complexa como o vinho esta nos proporciona este tipo de emoções, são todos diferentes, após o som de uma rolha a sair de uma garrafa acabada de abrir fica-nos sempre a expectativa de uma descoberta, uma surpresa.

Que maravilha. O que vou abrir hoje...?

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Foz Torto 2012 - Equilíbrio

Tenho de admitir que são poucos os vinhos de 2012 que me surpreenderam, depois de um ano de excelência (2011), os 2012 têm deixado (na minha opinião) muito a desejar.

Este Foz Torto 2012 é um excepção, um vinho já pronto a beber, muito equilibrado e apetecível, um vinho muito redondo não perdendo a acidez qb que lhe confere alguma frescura (com um "perfume" aliciante). Um vinho consensual ao qual ninguém fica indiferente. Acho que é um vinho para aproveitar e comprar às caixas, com uma relação preço/qualidade imbatível. 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Grandes vinhos

Neste período tenho bebido vários vinhos. Grandes vinhos, bons vinhos, vinhos médios. Mas tenho de destacar duas maravilhosas surpresas. Dois vinhos que me deixaram boquiaberto e que sobressaíram em relação aos outros. São eles Terra do Zambujeiro 2009, um Alentejano arrebatador e no Douro Quinta do Crasto Vinhas Velhas Reserva 2006, estava perfeito sem rasto de pé e com um vigor surpreendente, será que encontro outro semelhante?

Peço desculpa pela forma de escrita. Escrevi pela primeira vez a partir do telemóvel.