sábado, 24 de março de 2012

Informações úteis sobre vinho

Existem algumas revistas e livros onde podemos aprender muito sobre este maravilhoso mundo do vinho, um mundo cheio de mistérios e muito maior do que podemos pensar.

Uma revista que comecei a acompanhar, antes Blue Wine, hoje Wine - A essência do vinho. Continua a ensinar-me e a surpreender-me.
Tem uma organização muito bem pensada, começa sempre por ter um artigo escrito pelo Director Geral da revista, sempre muito interessante e simples, seguido de artigos de outros colunistas igualmente importantes e sempre diversificados.

Depois algo que me ajudou muito, escolhas de vinhos com as pontuações de 0 a 20 e com os preços, onde podemos encontrar três distinções, os vinhos altamente recomendados, os vinhos para guardar e as boas compras. Que grande ajuda.

A revista continua sempre com artigos cativantes, recomendações e notas a restaurantes e muito mais.

Mas onde quero chegar, numa edição estão algumas dicas sobre vinhos e onde alguns mitos são quebrados, com base nesse artigo vou tentar passar também estas mensagens:
  • Quais as temperaturas médias indicadas para apreciar vinhos (Graus)? 
Apesar da resposta não ser unânime, vinhos Brancos e Rosés entre os 8º e 12º, os Tintos entre os 16º e 20º, a Colheita Tardia entre 6º e 10º, os Espumantes entre 6º e9º, o Madeira entre 14º e 16º, o Moscatel entre 12º e 13º e os Vinhos do Porto entre 14º e 16º-

  • O vinho tinto pode ser refrescado no frigorífico? 
Pode e deve, principalmente nos meses quentes. É a forma mais rápida e simples de fazer descer a temperatura do vinho.

  • Porque razão devo agitar o copo?
 A fermentação do mosto adiciona, para além da transformação do açúcar em álcool, aromas únicos, sequencias moleculares complexas que necessitam de ser agitadas para se quebrar e libertar os aromas. Ao voltear o no copo, estará a libertar mais odores, intensificando a perceção aromática dos diferentes e múltiplos componentes do vinho.

  • Os vinhos de cor carregada são sempre melhores?
Não, não existe qualquer correlação entre a cor de um vinho e a sua qualidade. A cor vai depenser, entre outros factores, da intensidade do corante da casta, ou castas, da acidez e do padrão clim´+atico do local onde estão plantadas as vinhas. Alguns dos melhores vinhos do mundo, principalmente os de Borgonha, são pouco carregados de cor.

  • Os vinhos mais velhos devem ser decantados?
Esta prática raramente é benéfica. Por regra será mais sensato decantar vinhos jovens. Os vinhos velhos, pela sua fragilidade, raramente suportam o choque brutal da decantação, com uma oxigenação súbita e violenta. Pelo contrário os vinhos jovens necessitam deste choque para que os liberte do engarrafamento recente. Existe, no entanto, uma circunstância em que o vinho deverá ser decantado, quando apresenta depósito.

  • Porque é que algumas garrafas devem ser conservadas em pé e não deitadas?
A pluralidade das garrafas deve ser conservada deitada de modo a que a rolha de cortiça se mantenha húmida, mantendo intactas as suas propriedades elásticas. Se o vedante não for de cortiça esta situação não se põe.

Existem também alguns mitos que aqui são desfeitos, onde a resposta é sempre "não necessariamente", como: Os vinhos de teor alcoólico elevado são melhores? os vinhos de lote são melhores que os vinhos de uma só casta? Um vinho "Reserva" ou "Garrafeira" é melhor que um vinho "Colheita"? Um vinho DOC é melhor que um regional? O depósito na garrafa é um defeito? Continua a fazer sentido "peixe com vinho branco, carne com tinto?
Se tiverem interesse em mais pormenor sobre alguma/s destas respostas digam.


Estas são algumas das questões que achei pertinentes para apresentar, mas existem muitas mais.
Espero que vos seja útil.




segunda-feira, 19 de março de 2012

Herdade Grande Reserva 2006

Foi um fim-de-semana cheio de eventos e com bom vinho, mas o destaque vai para Herdade Grande Reserva 2006.

Na sexta fomos jantar a casa de uma amiga, o vinho ficou por minha conta, após análise cuidada à garrafeira decidi por este néctar.

Por volta das 19h coloquei a garrafa no frigorífico, porque ao contrário do que muita pessoas pensam o vinho tinto não deve ser bebido á temperatura ambiente (antigamente esta frase era usada, mas os vinhos eram guardados em caves onde as temperaturas atingiam os 6 ou 8 graus, assim, quando as garrafas eram abertas, iam "aquecendo" e ficavam à chamada "temperatura ambiente" que era entre os 16 e os 18º), deve ser bebido a 16 a 18º, depois de ler e ter aprendido isto (tenho de admitir que devo ter estragado muito vinho antes) percebi que era mesmo verdade, é assim que sentimos todas as qualidades do vinho, quando está muito quente sentimos apenas o álcool. Tirei a garrafa antes de sair de casa, por volta das 20:45, o vinho teve tempo de descer alguns graus e ficou a uma temperatura muito aceitável.

Tinha já bebido este vinho algumas vezes de há uns anos para cá, mas nesta sexta-feira, acho que chegou ao auge, estava perfeito. Se me lembro bem, na primeira vez gostei muito, comprei mais e nas outras duas achei muito fechado e parece-me que estava muito quente, fiquei desiludido, por isso estava expectante nesta vez.

Vou começar a descrição com a conclusão sobre este vinho, que é... um vinho à séria. Um vinho que tem tudo o que um grande vinho precisa.
A cor era escura e límpida, no cheiro sentia-se a baunilha e um travo vegetal, o sabor era tostado, sentia-se a madeira mas muito equilibrada e de qualidade. É um vinho que facilmente uma pessoa consegue acabar sozinho, calmamente e sem notar, uma garrafa. Um vinho que apetece beber. 
Tenho de admitir que quando a garrafa acabou fiquei com muita pena, éramos só três, mas a garrafa foi curta, é nestes momentos que deveria ter aberto uma Magnum.

Tenho agora duas garrafas da Reserva de 2007, fiquei aguado. Depois conto...

Nota: 17.5 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Provas


No último “post” falámos de provas de vinho. É assim que vos vou começar a falar.

Já há alguns anos que comecei, sempre com a desculpa de ser o aniversário de um de nós, a fazer, com um grupo de grandes amigos uma prova de vinhos.

O que acontecia era, nós dávamos a casa e as iguarias, numa ceia ou jantar. E cada pessoa ou casal leva uma garrafa para a prova.

Na primeira não houve qualquer tema, mas nas seguintes arranjámos sempre um tema para a prova, exemplo, Douro entre 2005 e 2007, ou vinhos que não excedam os 13º de álcool (não imaginam a dificuldade), não anteriores a um determinado ano, entre outras. Era entregue uma ficha de prova, onde o vinho era identificado, a nota de 0 a 20 e era escrita uma sensação, uma frase ou o que a pessoa quisesse escrever sobre o vinho (não imaginam o que dali saía), dias depois da prova era efectuada a média das notas e expostas todos os sentimentos do vinho e era conhecido o vencedor.

Nesses eventos, denominados de Prova Internacional, o vinho é visto pelos participantes de forma muito distinta, uns não ligam nenhuma a vinhos, outros vão começando a ligar e outros têm a paixão já bem marcada. Mas nestas provas o intuito principal é estarmos juntos com o vinho como pretexto. (ninguém precisa, nem é especialista na matéria)

É engraçado, porque aconteceu encontrar pessoas que já me perguntavam pelas provas “ouvi dizer que fazes umas provas de vinhos giríssimas”. Como a palavra se espalha tão rapidamente.

Experimentem, vale a pena, nem que seja para estar com amigos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Palestra 2009

Esta sexta bebi o vinho que vos comecei a falar no dia da visita á Garrafeira de Campo de Ourique, onde bebi a Quinta dos Cozinheiros.

Este Palestra, um vinho do Douro, referenciado no artigo do New York Times, estava na expectativa de o provar. Depois de um almoço muito interessante, onde fizemos uma pequena prova (a escrever em breve), fiquei com vontade de abrir uma garrafa ao jantar, foi aí que sem grandes discursos, abri o Palestra.

A cor era aliciante, límpida a pedir para ser provada, o cheiro, ao início pareceu-me um pouco "químico" demais, fiquei apreensivo, mas na prova era suave e apetitoso, só achei que tinha um final curto. O cheiro foi evoluindo, tornando-se mais suave a os tons de especiarias ficaram mais percetíveis. Mesmo o sabor ia-se evoluindo e os aromas de frutos vermelhos, com realce para a ameixa, tornavam-se mais notórios. Fui bebendo, com demasiada facilidade, o vinho durante o serão, uma maravilha.
É um vinho elegante, pronto para beber já e com uma relação qualidade/preço imbatível. A não perder.

Nota: 16.5

terça-feira, 6 de março de 2012

Provar um vinho


Provar um vinho
Como provar/degustar um vinho? É uma pergunta que ainda hoje faço.

Li alguns artigos sobre isso, mas é difícil. Parece fácil quando lemos grandes entendidos a escrever grandes dissertações sobre o vinho, mas quando somos nós… ai as coisas tornam-se complicadas. Acho que o melhor é começar por dizer gosto ou não gosto, depois podemos tentar chegar mais longe. Mas cada vez que tento, percebo que sei mesmo muito pouco deste grande mundo.

No que todos são unânimes é na utilização dos três sentidos, olhar (aspecto e cor do vinho), devemos agitar, ou seja, fazer rodar o vinho no copo para que os aromas se libertem, aqui também podemos observar a lágrima (as gotas que escorrem no copo quando o agitamos), onde podemos concluir se o vinho é denso, o grau de álcool e os açúcares. O olfacto, também depois de agitar, podemos tentar descobrir as sensações e aromas que o vinho poderá causar quando o provarmos, se é floral, se é frutado, muitas vezes sinto o fumado ou o caramelo. E no final o palato, onde o vinho deve atingir as papilas gustativas de forma uniforme, podemos detectar se o vinho é doce ou ácido, se é salgado ou amargo, mas são outros os elementos que podemos encontrar (mais subjectivos) que vão fazer a diferença, se é equilibrado, o corpo ou volume e a persistência. 

Quando temos  todos os  sentidos satisfeitos o prazer é imenso, é quando acontecem estes momentos que passamos de meros consumidores a amantes de vinho.

Deixo-vos aqui uma roda de prova e uma ficha, para poderem “brincar” quando abrirem a próxima garrafa: (podem dar-me o feedback).