quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Restaurante Hemingway com Pintas Character 2010

Hoje vou escrever de forma diferente, apesar de falar de um vinho de sonho, vou também falar-vos de um restaurante maravilhoso que aconselho vivamente, a quem goste de boa comida, uma grande seleção de vinhos a preços acessíveis e de ser bem tratado. O seu nome é Hemingway, na Marina de Cascais.

Já andava há bastante tempo com este restaurante "fisgado", mas com a agenda sempre cheia, com os filhos e com o aperto desta crise que nos assola a todos, ainda não tinha tido oportunidade de desfrutar de uma refeição a dois, tranquila e revitalizante. Só de me estar a lembrar estou com água na boca... foi mesmo muito bom.

Por não conhecer o restaurante, fiz que tenho feito nas poucas vezes que consigo ir jantar fora, quando marquei a mesa perguntei qual a taxa de rolha para poder levar a minha garrafa, a resposta foi o começo de uma relação que vai durar muito, simpaticamente, disseram-me que podia levar a garrafa sem qualquer custo, claro, desde que fossem avisados previamente desta decisão.
Sendo assim levei uma estupenda garrafa de Pintas Character 2010, que antes tentei colocar à temperatura correcta, deixei cerca de uma hora no frigorifico. Digo-vos que quando cheguei ao restaurante, com a grande ajuda e simpatia do sommelier e dono do restaurante (espero não me estar a enganar), ainda baixamos um pouco mais até aos 17º, foi com esta temperatura que a "magia" aconteceu.

Mas agora vamos começar a história pelo início, com entrada no restaurante. Há entrada fomos muito bem recebidos, mais uma vez espero não me estar a enganar, pela dona do restaurante, que amávelmente nos encaminhou para a mesa  previamente reservada, uma mesa muito bem localizada, com uma óptima privacidade onde nos sentimos logo bastante confortáveis. A garrafa foi entregue.

Perguntou-nos se desejávamos tomar algum aperitivo para o inicio da refeição, no momento apeteceu-nos começar por uma flute de cerveja, é sempre bom para abrir e refrescar-nos naquele ambiente tão acolhedor.
Depois foi-nos entregue a lista, que estudamos com a máxima atenção, o difícil era escolher. Tivemos no momento da decisão a preciosa ajuda da senhora que nos recebeu, que nos ajudou neste momento difícil.
Pedimos, então, uma sopa de peixe com coentros e cherne laminado (se não me engano), um Bife Tártaro e uma Posta Mirandeza com mesclum de batata, com molhos chimichurri e diablo.

Entretanto o vinho foi aberto e começamos a sentir um prazer imenso com a complexidade deste vinho, estava divinal. As conversas que íamos travando com o sommelier que nos ia ajudando e ensinando eram muito agradáveis e a sua simpatia era ímpar. Enquanto bebíamos este néctar fui dando uma vista de olhos na deliciosa carta de vinhos, uma escolha cuidada, com preços acessíveis onde quase não compensa levar garrafa. Devo dizer que deve ser muito interessante ir a este restaurante e ser aconselhado para o vinho correcto para a refeição que escolhermos, tenho a certeza que correria muito bem.

Antes de chegar a sopa, serviram-nos amávelmente (acho que é prática da casa), um pequeno "acepipe", não sei bem explicar o que era (explicaram-me muito bem quando o serviram), mas se não me engano, era um tempura de atum com ervilhas que era de chorar por mais, tão bom que parecia mentira. Inesperado e muito agradável.
Depois chega a sopa, onde os pratos tinha já preparados o peixe, os coentros e camarão e a sopa bem quente num bule, enquanto era vertida fazia o seu trabalho sobre o peixe, adorámos esta sopa. 

Íamos ao mesmo tempo degustando o néctar que ia abrindo as suas qualidades estavam cada vez mais expostas para nosso contentamento, o vinho estava a acompanhar bem esta refeição, muito bem mesmo.

Enquanto nós conversávamos, tão bom, íamos também de vez enquando conversando com o sommelier, até que ele achou que o vinho poderia ganhar ainda mais decantado, o que fez de imediato, o vinho agradeceu e eu também.

Os pratos principais chegaram, depois de devidamente apresentados (tem muita graça esta forma de servir hoje em dia), começamos a degustar este manjar digno dos Deuses, que maravilha. O vinho, tal como eu, deva graças por o que estava a acontecer, uma sinfonia entre a comida e a bebida, onde não podemos deixar de mencionar o ambiente perfeito.

Depois deste repasto, onde entretanto a garrafa se mostrou pequena, era hora da sobremesa, mais uma simpatia da parte deste amável restaurante, foi-nos oferecido um Porto Vintage (não me lembro o ano), se não me engano Grahams, que ligou com a sobremesa ás mil maravilhas, um bolo de chocolate e caramelo com gelado de morango, acho que nem preciso de descrever mais...

Um jantar que vai ficar nas nossas memórias durante muito tempo, onde se fundiu um local maravilhoso onde fomos tratados como reis com um vinho dos deuses.