quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Castas do Douro

Hoje venho falar de castas, as que escolhi são as típicas do Douro.

Deixo aqui uma breve explicação que retirei de um documento da Academia de Vinhos de Portugal (Vinhos de Portugal).

Tinta Roriz
Dá origem a vinhos tintos finos, elegantes com aromas de frutos vermelhos, ameixas e amoras, com taninos firmes e bom potencial de envelhecimento – poderá tê-la conhecido do outro lado da fronteira como Tempranillo. Chamada de Tinta Roriz no norte de Portugal, esta é uma das melhores uvas para o Vinho do Porto e vinhos tranquilos do Douro, sendo também importante na região do Dão. No Alentejo é chamada de Aragonês. É habitualmente uma casta de lote.

Touriga Franca
Dá origem a vinhos de cor densa, firmes mas ricos e aromáticos com notas florais e de amora preta. É uma das cinco castas oficialmente recomendadas para a elaboração do Vinho do Porto e é também utilizada nos lotes de vinho tranquilo do Douro – é de facto a uva mais plantada no Vale do Douro e é geralmente utilizada em lotes.

Touriga Nacional
Esta é uma das castas portuguesas mais conhecidas e difundidas no mundo. Dá origem a vinhos tranquilos firmes e ricamente coloridas (e vinho do Porto), com aromas complexos e sabores que lembram violetas, alcaçuz, groselhas e framboesas maduras, juntamente com um toque subtil, e herbáceo de bergamota. É uma casta de origem nortenha, sendo que tanto a região do Dão como do Douro a reclamam como sua, mas hoje em dia é plantada em todo o Portugal. Tem um bom potencial de envelhecimento.




Fica o desafio para quando beberem um vinho do Douro tentarem sentir as especificidades destas castas.

Espero que gostem.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Casaboa Homenagem 2005 (Sociedade Agrícola Quinta da Casa Boa)

Queria beber algo diferente, desconhecido e desafiante. Consegui.

Tinham-me oferecido uma garrafa de Casaboa Homenagem 2005, num daqueles dias que queremos fugir ao convencional, queremos ser surpreendidos, procurava uma garrafa, na minha humilde garrafeira que o pudesse fazer, encontrei esta.

Preparei os copos, a garrafa estava já à temperatura ideal, era então hora de a provar, a acompanhar um jantar que se revelou pouco capaz de acompanhar um vinho que pedia mais.

Um vinho de 2005 que me deixava apreensivo, "será que ainda está em condições?". Na cor mostrou-se escuro, limpído e muito apelativo. No nariz, fiquei um pouco assustado, porque sentia a idade, percebia que os anos tinham passado por ali. Fui rodando o copo diversas vezes e esperando um pouco antes de passar ao próximo passo. Ainda no aroma, sentia um certo vegetal e frutos secos. No sabor, tal como gosto, um desafio, um vinho diferente, puxava por todos os nossos sentidos, fazia lembrar terra molhada, frutos secos e ameixa muito madura, deixava uma acidez interessantíssima que se prolongava no tempo.
Apesar de ser um vinho onde já se começava a notar a idade, o vinho tinha ainda muita estrutura e garra.

Percebo que seja um néctar que não é fácil, mas para quem gosta de ser desafiado, de provar um vinho que foge aos estereótipos, este é o ideal.

Se estava assim um 2005, o 2007 deve estar ainda melhor.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Crochet 2011

Duas grandes enólogas juntaram-se para “costurar”, usaram as suas melhores “agulhas” e criaram uma obra-prima de grande caráter, o Crochet 2011.

Numa encosta típica e emblemática, as vinhas velhas da Quinta do Barão crescem e produzem em todo o seu esplendor as uvas selecionadas a dedo para participar nesta equipa como a linha utilizada pelas enólogas, na criação deste Crochet que de ponto em nó se revela um vinho de cor carregada, condensada, consistente.


O potencial da matéria-prima aliado à experiência das enólogas Sandra Tavares e Susana Esteban, numa harmonia de aromas e sabores, que na complexidade do Douro, foi tricotada com mestria e elegância numa peça histórica, pela qualidade e também pelas 3 300 garrafas apenas, que aconselho a procurarem antes que esta obra esgote.