segunda-feira, 4 de março de 2013

RP 2007 e Roma Pereira 2006

Este fim de semana provei as duas gamas de Roma Pereira, e que bem que me soube...

São vinhos feitos com paixão, feitos por alguém que gosta do que faz, isso sente-se na prova. Uvas selecionadas com cuidado, numa vindima feita à mão, com pisa a pé.
Nascem de um projeto minimalista em termos de área, mas "maximalista" em termos de dedicação.
Numa Quinta (Horta de Chaves) de uma família de tradições é já feito vinho desde o Sec. XVIII.

As castas deste nectar são Syrah, Aragonês, Alicante Buschet, Piriquita, Castelão e com uns toques de Alfrocheiro Preto para lhe dar um toque de "pimenta". Que bela junção. E com a enologia e dedicação do enólogo Pedro Baptista estão criados todos os ingredientes para o sucesso.

Começamos pelo RP 2007, gama de entrada, uma cor límpida mas pouco carregada (fazendo lembrar um Pinot Noir), deixou-me apreensivo, pensei que poderia ser um pouco aguado. O Aroma foi-me tirando este medo, era muito agradável, fazendo lembrar frutos vermelhos e compota, chegou o momento da verdade a prova: bastante melhor de que se espera quando vemos a cor pouco marcada, um tinto delicado, muito elegante, um vinho bem feito a pedir para ser bebido.

Depois desta garrafa tão apetitosa, passámos á fase seguinte: Roma Pereira 2006. Humm que maravilha...
Um vinho diferente do que estamos habituados, mas uma surpresa que não deixa indiferente a quem o bebe.
A cor bem definida ainda que não muito carregada, mas numa cor que não evidenciava o seu ano 2006. A magia começava-se a adivinhar depois de conhecer o aroma, que se apresentava cativante cheio de pormenores dignos de um trabalho feito com tanto carinho, as notas de especiarias, com chocolate no meio de uma madeira que se sente de qualidade superior, deixavam-nos com água na boca para perceber se o sabor acompanhava esta emoção. O primeiro trago, percebemos logo que ali estava poesia, apesar de alguns de nós ainda estarem habituados á subtileza do RP, este Roma Pereira foi-nos conquistando, trago após trago, copo atrás copo. Uma maravilha, um vinho onde os sabores se vão fundindo, misturando, voando na nossa boca como se estivéssemos num baile encantado. Agora só tínhamos um pequeno problema... a garrafa acabou.