quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Bom 2017

Hoje em dia tenho notado que há cada vez mais pessoas a degustar vinho e a beber menos, ou seja, cada vez mais pessoas apreciam o culto de abrir uma boa garrafa e partilha-la com alguém. Apreciar cada trago e colocar todos os sentidos à prova, em detrimento do beber por beber.

Prefiro beber menos mas beber bem, do que beber sempre e beber mais ou menos.

É esta a mensagem que deixo para o novo ano.

Bom ano e bons vinhos

Odisseia Branco 2015 e Odisseia Reserva Tinto 2014

Novidades frescas, Odisseia Branco 2015 e Odisseia Reserva Tinto 2014. Excelentes surpresas, um branco que imediatamente se destaca por uma boa estrutura e complexidade, ainda fresco e com um potencial evidente. O tinto, já muito pronto, uma boa textura com notas de especiarias a evidenciarem-se. Lote de touriga nacional, tinta roriz e touriga franca é fermentado em "lagar" e 50% envelhecido em barricas de carvalho francês. É já um grande vinho, no entanto a prometer ainda mais com estágio em garrafa. Jean-Hugues Gros, um enólogo e produtor francês que nos tem garantido muita qualidade e consistência ao longo dos últimos anos.

sábado, 7 de maio de 2016

Quinta Monte Travesso Reserva 2013 - Para beber já mas não esquecer guardar

Há produtores que vale a pena seguir. 
Em portugal, temos muita variedade e torna-se difícil definir um tipo de vinho, mas podemos acompanhar alguns produtores e ver como se comportam os seus vinhos. A Quinta do Monte Travesso e o seu produtor Bernardo Nápoles são um bom exemplo. Já tinha tido boas experiências em anos anteriores e o tempo tem demonstrado que estamos perante uma marca de confiança.


Provamos o Quinta Monte Travesso Reserva 2013, quase a estrear. Um vinho que na cor se mostra sedutor, ainda muito jovial. No nariz revela-se complexo, cheio de mistérios por desvendar, preparando-nos para uma prova prometedora. Na boca uma acidez marcante, com uma mineralidade que lhe dá elegância e longevidade. 


Um vinho equilibrado que ao mesmo tempo nos faz pensar como será daqui a uns tempos com evolução na garrafa. 

Fez-me lembrar um frase que li em tempos "os vinhos fazem-se com técnica, mas um bom vinho é uma arte".

Um vinho pronto desde já mas que promete para o futuro, se me permitem o conselho, comprar para beber já e para guardar. 
Nota: preço muito interessante para a qualidade.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Quinta dos Zagalos 2010 e Quinta do Mouro 2009

O cansaço dos últimos dias estava a apoderar-se de mim, a necessidade da degustação de um bom vinho fazia-se sentir. E que vinho aí vem...

Tinha para provar dois vinhos, Quinta dos Zagalos 2010 e Quinta do Mouro 2009, o jantar era uma carne de porco à alentejana bem condimentada, o que ia sempre pedir um vinho à altura, que não se perdesse nestes sabores.

Começamos com um Quinta dos Zagalos 2010, com uma cor opaca, escura. No nariz, primeiro saltam as especiarias e terra molhada, mais tarde a fruta aparece, na boca demonstra uma boa estrutura, aromático e com uma frescura notável. Na mesa estavam todos maravilhados com o vinho, uma surpresa muito positiva. Eis senão quando...

Passámos ao segundo vinho (Quinta do Mouro 2009), praticamente uma estreia. Arrisquei ao dizer (antes de servir) que o néctar que ia ser servido ia elevar ainda mais o nível, algo que os participantes afirmaram que seria difícil, vamos ver o que aconteceu...
De copos em punho, a garrafa ia vertendo o liquido divinal, em silencio admirávamos este ritual, quase como se fosse sagrado. A cor carregada e densa preparava-nos para o que aí vinha, um aroma cheio de frescura e de mistério, na boca uma harmonia ímpar onde as palavras são poucas para colocar e por escrito as sensações que me proporcionou. Um vinho que tem tudo o que podemos desejar: estrutura, densidade, frescura e um final de boca interminável. Mas que vinho... 

Com uma companhia destas à mesa que sofreu foi a carne de porco à alentejana, tivemos de a comer toda...


nota: para quem liga, teve 95 pontos por Robert Parker.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Quinta Vale da Raposa Sousão 2011

No outro dia estava a degustar um delicioso cabrito com um bom vinho, na mesa a opinião era que esse vinho era de ótima qualidade (o que também concordo) e que estava muito bem com o prato, nesse ponto discordei, dizia aos restantes que gostava do vinho, mas que se perdia com o sabor e a gordura do cabrito.

Quando essa garrafa acabou, tinha preparado uma garrafa de Quinta Vale da Raposa Sousão 2011, abri, servi... e logo na 1ª aparência surpreendeu pela cor carregada e brilhante (não seria de esperar outra coisa, desta casta tintoreira, usada no alto Minho para o famoso vinhão, bebido em malgas), o aroma era intenso, no inicio algum químico, depois a hortelã-pimenta, a elegância e a frescura. Agora o surpreendente: já com uma boa dose desta iguaria degustada, provei o vinho e magia aconteceu: o cabrito passou a um patamar onde ainda não tinha chegado antes, o casamento deste vinho com este prato foi divinal, foram feitos um para o outro, cada um fazia sobressair o melhor do outro. A desvantagem é que tivemos de acabar a travessa (que era bastante), é que não era possível parar de juntar esta harmonia. Um vinho muito gastronómico, arrebatador, com um final longo e fresco.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Quinta da Folgosa Velha Reserva 2012

Resultado de imagem para folgosa velhaProvei uma novidade, quase em 1ª mão, que vale apena repetir e com toda a certeza comprar, para beber desde já e também para guardar e ver como será a evolução nos próximos anos... por este preço vale muito apena.

Proveniente de vinhas velhas, situadas entre 150 a 300 metros, com vinificação tradicional em lagares de granito e estágio em barricas de carvalho francês, nasce este vinho cheio de elegância, marcado por uma acidez cativante.

Cor bem marcada pela densidade, com lágrima persistente e apelativa, no aroma as especiarias são marcantes, antevendo um sabor fresco e gastronómico. Na boca mostra um caráter harmonioso, com grande frescura e mineralidade, no entanto a fruta está presente. Este nectar conquistou-me e  deixou-me com curiosidade de experimentar mais.  

Um vinho para ir bebendo e acompanhando a sua evolução.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Casta Baga

O mundo do vinho, como tenho sempre defendido, é imenso e cheio de mistérios, onde quem entra vai percebendo que pouco sabe desta imensidão.

Venho tentar ajudar, dentro de todas as limitações que tenho.

Relativamente às castas tintas, é importante definir o nosso estilo, se gostamos de tintos firmes e robustos ou se por outro lado privilegiamos a elegância e os vinhos frutados.

Exemplos de castas tintas firmes es robustas são:

·         Touriga Nacional – aromáticos, herbáceos, encorpados
·         Castelão – Frutados com arma de framboesa, notas de cedro com a idade
·         Touriga Franca – densos, perfumados, com taninos aveludados
·         Baga – tintos intensos, firmes e com longevidade

Exemplos de tintos mais elegantes e frutados:

·         Tinta Roriz ou Aragonez – atraente, frutos vermelhos
·         Trincadeira – Cor viva, aromas a framboesa


Escolhi a Baga para apresentar hoje, uma casta amada ou odiada. Uma casta típica da Bairrada e de vinhos de guarda. Cada vez me conquista mais.

Baga:

Resultado de imagem para casta Baga

Esta casta de amadurecimento tardio dá frequentemente origem a tintos magros e tânicos que podem ser adstringentes quando jovens, mas que ganham complexidade com a idade. Em anos mais quentes ou devido a um hábil processo de amadurecimento e vinificação, a casta Baga pode produzir vinhos tintos densos com notas de cerejas damascos, e que com o envelhecimento ganham sabores mais complexos e fumados. A sua área mais importante é a Bairrada, mas também cresce em outros lugares das Beiras, incluindo o Dão. É também utilizado como base para vinho espumante.” Fonte: Vinhos de Portugal.





terça-feira, 15 de setembro de 2015

Que saudades de um bom vinho!

Ando em mudanças e por essa razão não tenho tido tempo para assentar e sentir o prazer de um jantar com calma acompanhado do um bom vinho. Há dias, como hoje, que sonho com esse momento. Tenho guardado um Poeira 2008 para quando a “poeira” assentar. Mal posso esperar...