No final do ano recebi um telefonema do meu cunhado a dizer que uma loja Gourmet, infelizmente, por não dar lucro suficiente, ia fechar e fazer uma liquidação total com 50% de desconto no preço em todos os produtos. Estava longe e queria lá estar para escolher os vinhos, olhar, namorar e levar, mas pelo telefone, muito á pressa, consegui ainda comprar com grande sorte o Poeira 2008, o Poeira CS 2008 e o Quinta de Crasto Vinhas Velhas 2006. Quando finalmente consegui passar na loja, já havia muito pouco por onde escolher mas ainda consegui comprar o Conceito 2005, o Vinha da Othon Reserva 2006 e Casa da Quinta Amarela Reserva 2005.
Foi esta garrafa que abri na minha pacata passagem de ano (Casa da Quinta Amarela Reserva 2005), em casa os dois e as nossas 3 pequeninas tivemos um calmo jantar (calmo nunca é com as pequenas pestinhas) mas depois de colocar o vinho na temperatura ideal e aberto com uma hora de antecedência (não decantei, talvez um erro, mas tive medo de o oxigenar em excesso). O vinho apresentava uma cor linda escura com uma lágrima persistente e com alguma separação (mostrando os seus 13º de álcool, hoje em dia raro encontrar), no olfacto notas de especiarias e frutos vermelhos, o paladar era complexo (como gosto) taninos fortes mas não agressivos, as notas de especiarias e frutos vermelhos saltavam por toda a boca querendo beber mais e perceber o que se estava a passar, foi difícil de entender o vinho mas, mesmo no primeiro trago percebemos que estávamos diante de um vinho que estava á altura de substituir o champanhe nesta noite de ano novo. Que bela surpresa.
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