segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Matemática vs Poesia

Nos últimos tempos tenho ouvido duas correntes a defender o seu ponto de vista, estou de acordo com uma delas apesar de perceber perfeitamente a outra (sem concordar com ela como critério na escolha de um vinho).

Vou dar, apenas, a minha opinião sobre as 2 correntes:
1 - Uma das correntes defende a pontuação como factor de decisão na escolha do vinho, os vinhos devem ser pontuados por críticos especializados, onde os com melhor pontuação, automaticamente aumentam de preço e são (supostamente) melhor do que os outros:
Ponto forte: Bom barómetro para quem não sabe o que escolher;
Pontos fracos: Factor de inflação; limitação na escolha (não se conhece vinhos que não vão a provas); padronização dos consumos (o gosto do critico passa a ser o gosto do consumidor); normalmente os vinhos mais bem pontuados são os vinhos menos complexos, mais fáceis de provar, entre outros factores.

2 - Vou chamar a esta corrente, poesia, onde apenas é descrito, por quem prova, a sensação que o vinho lhe causou no momento, sem quantificar matematicamente o seu valor.
Ponto Fraco: Para quem decide por esta via, tem de ler a descrição toda para imaginar como será o vinho (demora mais tempo do que ver apenas uma nota); subjectividade;
Pontos Fortes: Leva o vinho a um patamar onde merece estar; o vinho é diferente de pessoa para pessoa e é importante falar sobre ele e ser possível "discutir" com alguém as sensações que provoca fazem parte da degustação; respeito total por quem faz o vinho e pelo vinho;  

No final, estou mais de acordo com a 2ª corrente, apesar de perceber a importância e objetividade para quem gosta e quer ajuda na escolha.

Mesmo na 2ª corrente, acho que deve haver bom senso, confesso que muitas vezes leio descrições que não percebo nada. Gosto mais de ler e saber quais as sensações, a história a experiência de quem bebeu um vinho, quando quase o posso sentir também. (Com consciência de muitos factores que podem influenciar essa opinião, como por exemplo, a temperatura a que o vinho é servido, até mesmo o copo, o que se come, com quem se está, outra das conversas que tive e cheguei à conclusão que era verdade, como a mesa está posta, se jantamos em pé ou calmamente sentados, são alguns dos pontos subjectivos que alteram a experiência de degustar/beber um vinho).


Andamos formatados pelos rótulos e pelos críticos. Deixo aqui o desafio: provem, experimentem, não bebam só o que está na moda, nem se deixem influenciar pelas opiniões dos "famosos críticos", vão ver que existem muitas e boas surpresas por descobrir.


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