Mais uma conversa á volta do
vinho na ordem dos engenheiros (a segunda), outro evento de sucesso.
Desta vez o Prof. António
Monteiro foi o maestro com a preciosa ajuda do Prof. Virgílio Loureiro. Num
tema desconcertante que deixou a plateia a pensar e a ver o vinho, os críticos
e os rótulos de forma diferente. Eu sei que estou...
O desafio para os presentes
foi que provem e que sejam críticos não se deixem levar pelas opiniões dos
outros, nem ficar formatados pelos rótulos e pelos críticos.
Ficou presente o desafio do
desligamento dos líderes de opinião que vão criando modas, não nos deixando
descobrir as agradáveis surpresas que existem neste mundo maravilhoso.
Provar é a palavra de ordem
e provar de forma diferente, tentar descobrir a singularidade de cada vinho e
respeitar quem o faz, não classificando porque não estamos num exame e estamos
sim num momento de descontracção. Sim devemos analisá-lo: "o vinho sabe
melhor do que o que cheira?" ou "o vinho cheira melhor do que o que
sabe?" será este o início das nossas próximas viagens.
Foi defendido que podemos e
devemos seguir um produtor, que deve ser uma referência (mesmo havendo boas e
más surpresas), saber quem fez, porque o fez, como o fez.
Aprendi uma noção que é
utilizada ao desbarato, o Terrior. Que não é mais do que a identidade
ou a individualidade de uma região, que deve ser respeitada. Seria muito
positivo nós bebermos um vinho e sabermos apenas pelo seu sabor de que região
tratava. Apenas porque a sua identidade no momento da concepção do vinho foi mantida, para isso deverá ser o
menos modificado possível (não abusar na madeira, usar leveduras da região,
decantação natural, etc...). Um vinho muito modificado perde a singularidade e
fica igual a todos os outros. Dava aqui para escrever muito mas espero que dê
para perceber com estas breves palavras.
Não foi só conversa, também
provámos.
Começamos de forma muito
engraçada com a questão de que falámos no inicio:
"o vinho sabe melhor do
que o que cheira?" ou "o vinho cheira melhor do que o que sabe?"
Foram tiradas notas durante
a prova, por isso quando escrevo não sabia o que estava a beber.
Foram servidos ao mesmo
tempo dois vinhos brancos. O exercício começou, o 1º vinho o aroma era pouco
marcante até desagradável, o segundo, aroma intenso a frutos (pêssego e
maracujá), a prova o 1º era seco, refrescante, divino, adorei, sabe muito
melhor do que cheira, com o tempo a passar o vinho ia melhorando e com ele o
cheiro. O 2º sabor pouco apelativo desilusão um refresco para dias de calor,
com o tempo a passar o cheiro igual o sabor na mesma.
Agora os rótulos, o 1º era
um vinho do Pico, Vinho da Resistência, casa de Brum o 2º era Tons de Dorum.
Depois de mais conversa,
seguiu-se nova prova, mais dois vinhos brancos. (nota: cheiro os dois primeiro
antes de provar)
O 3º vinho, adorei o cheiro
(não por ser frutado, nem por achar ser feito para vender, mas por ser um
cheiro de um tipo de vinho que gosto. Aroma seco podia dizer que era um vinho
já com alguns anos. O sabor (ENGANOU-ME) depois de falarmos descobri que tinha
madeira e o cheiro com mais atenção cheira menos bem. Prova não foi tão bom
como esperava, é um vinho agradável, muito bem feito, mas de qualquer forma foi
uma decepção. O final era curto e doce. Um vinho feito para vender afinal.
O 4º Vinho, cheiro não tão
agradável (para mim) do que o 1º. Parece mais novo. A prova deixou-me
boquiaberto, sabe melhor do que cheira. Surpreendente e final longo. (a
respeitar o terrior). Este
vinho enganava-me numa prova com um copo preto, podia dizer que era tinto.
Os 3º era Quinta dos
Carvalhais Colheita seleccionada 2007 e o 4º era G Graça 2009 Viosinho.
Não parámos aqui o 5º vinho,
um tinto.
Aroma era pouco intenso.
Gostei da cor. O sabor, sente-se muito os taninos, ácido, mas adoro tem um sabor único, diferente, vou
comprar (ainda não sei qual é o vinho nem o preço).
O sabor parece que explode
na boca, com todo o sabor a percorrer a boca. Aromático, longo e perfumado.
Este grande vinho é G. Graça
2009 Tinto Cão, ainda não está em comercialização.
Este vinho não foi feito
para agradar a todos, não é um vinho fácil.
Foram escolhidos uns
socalcos no Norte do País para plantar as vinhas, em local onde mais tarde as
uvas amadurecem, com intenção da uva amadurecer lentamente e permitir uma
colheita tardia.
Foi vindimada a 28 de
Outubro.
Deixo, mais uma vez, o
agradecimento ao Conselho Regional Sul do Colégio de
Engenharia Agronómica pelo
convite, esperando ansiosamente pelo próximo sucesso garantido.
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