Tinha para provar dois
vinhos, Quinta dos Zagalos 2010 e Quinta do Mouro 2009, o jantar era uma carne
de porco à alentejana bem condimentada, o que ia sempre pedir um vinho à
altura, que não se perdesse nestes sabores.
Começamos com um Quinta dos
Zagalos 2010, com uma cor opaca, escura. No nariz, primeiro saltam as
especiarias e terra molhada, mais tarde a fruta aparece, na boca demonstra uma
boa estrutura, aromático e com uma frescura notável. Na mesa estavam todos
maravilhados com o vinho, uma surpresa muito positiva. Eis senão quando...
Passámos ao segundo vinho (Quinta
do Mouro 2009), praticamente uma estreia. Arrisquei ao dizer (antes de servir)
que o néctar que ia ser servido ia elevar ainda mais o nível, algo que os
participantes afirmaram que seria difícil, vamos ver o que aconteceu...
De copos em punho, a garrafa ia
vertendo o liquido divinal, em silencio admirávamos este ritual, quase como se
fosse sagrado. A cor carregada e densa preparava-nos para o que aí vinha, um
aroma cheio de frescura e de mistério, na boca uma harmonia ímpar onde as
palavras são poucas para colocar e por escrito as sensações que me
proporcionou. Um vinho que tem tudo o que podemos desejar: estrutura,
densidade, frescura e um final de boca interminável. Mas que vinho...
Com uma companhia destas à mesa
que sofreu foi a carne de porco à alentejana, tivemos de a comer toda...
nota: para quem liga, teve 95 pontos por Robert Parker.