Foi na
Ordem dos Engenheiros,
através de um convite do Conselho Regional Sul do Colégio de Engenharia
Agronómica , que assisti a mais um sucesso. O primeiro evento foi uma
conferência sobre a agricultura, onde fui a titulo profissional já que é
um dos sectores que estudo e foi muito proveitoso. Desta vez, apesar de
ajudar a conhecer melhor o sector, foi também para alimentar esta
paixão que é o Mundo do Vinho.
Que experiência... Participei nas " Conversas à volta do vinho… na Ordem" com Professor Virgílio Loureiro, a ouvir e a tentar absorver o máximo de informação possível. Foi uma experiência muito interessante. O tema era “ do vinho dos Faraós ao Mateus Rosé “.
Que experiência... Participei nas " Conversas à volta do vinho… na Ordem" com Professor Virgílio Loureiro, a ouvir e a tentar absorver o máximo de informação possível. Foi uma experiência muito interessante. O tema era “ do vinho dos Faraós ao Mateus Rosé “.
Estava a trabalhar muito embrenhado a
tentar acabar um trabalho, quando reparei que estava atrasado para esta
"conversa", deixei alinhavado o que tinha para fazer para o dia
seguinte e saí à pressa, alterando a corrida com andar apressado, cheguei cerca
de 5 minutos atrasados, coisa que detesto que aconteça. Mas felizmente ainda
muito a tempo para o que iria ouvir.
Infelizmente não tomei notas, por isso
peço desculpa pelas imperfeições na tentativa de fazer passar esta incrível
experiência.
O tema deixou-me apreensivo, quero sempre
aprender, Mateus Rosé, não era propriamente um tema chamativo, mas...
Começando pelo tempo dos Faraós foi
descoberto, se não me engano, em 2009, um templo de Faraó, Escorpião 1, de 3
500 A.C. Neste templo foram encontradas 700 talhas de barro com vestígios de
vinho (comprovado cientificamente). Já se tratavam bem nesta altura.
Desse tempo foram também descobertas
gravuras explicativas da forma como era feito o vinho (ver imagens), e era
notória a importância que lhe era dada, já nesta altura. É possível verificar
como era produzido o vinho: à base de uvas tintas, pisado (como feito nos dias
de hoje), o sumo saía para outro reservatório e posteriormente era colocado nas
talhas de barro. Também era aquecido o mosto a altas temperaturas e muitas
vezes juntavam outro tipo de frutas ou mel. O que tornava este vinho doce. Era
servido por escravos aos Faraós. O
professor deu-nos uma oportunidade única, de provar um vinho feito por ele , da mesma forma que
era feito nessa época. Digo-vos que gostei bastante, um vinho com uma cor muito
leve, mas quando o provei, fiquei agradavelmente surpreendido, era adocicado
com um ligeiro toque de resina, sabor único e diferente, confesso que bebi dois
pequenos copos.
Agora posso dizer que bebi um vinho do
tempo dos faraós!!!
Passámos de seguida para o tempo do
Judaísmo, onde aprendemos como era feito o vinho no tempo de Cristo. Ao
contrário do que imaginava o vinho era branco e não tinto, já que o vinho
branco nesta altura era mais conceituado do que o produzido com uvas tintas,
que era usado para as pessoas com menos "importância".
De seguida passámos para os Gregos, na
altura a sociedade mais avançada. Nesta época o vinho, se não me engano Branco
era, sempre misturado com água ou outra bebida qualquer, para não ficar muito
alcoólico, só os Bárbaros (Península ibérica) é que bebiam vinho puro.
Depois o tempo de D. Afonso Henriques que
celebrou com os Monges de Cister (Monges agricultores) um acordo para
exploração de terras, onde era feito o vinho de Cister, que ainda hoje podemos
apreciar nos Vinhos Medievais de Ourém que continuam a ser feitos da mesma
forma, com uvas brancas (80%) colocadas em vasilhas, onde fermentavam. Os
restantes 20% eram com uvas tintas, que eram recalcadas a pé ou com um rodo de madeira,
de modo a obter um mosto, que posteriormente era adicionado aos restantes 80%,
fazendo um vinho com cor, não de tinto, também não branco, palhete mas muito
agradável e ideal para acompanhar refeições. Também provámos este vinho, uma
vergonha da minha parte ter sido a primeira vez, há que manter as tradições.
Desta forma convido-os a experimentar e
a confirmar o excelente néctar “ medieval”.
Por fim chegámos ao Mateus Rosé, um vinho
que vem de todos estes, não o bebia há anos e se me lembro devo ter bebido não
mais do que uma vez. Parece estar diferente, menos doce mais apelativo.
A conclusão a que chego é que estou a ver
o Mateus Rosé com outros olhos e sinto-o com outro aroma. O Vinho não é de Hoje
é de sempre…Temos de preservar o nosso passado!Fico ansioso, à espera das próximas "conversas à volta do vinho ... na Ordem".